quinta-feira, 18 de outubro de 2007

A gente também quer diversão e arte

Tropa no Cinema

Os intelectuais brasileiros sempre torceram o nariz para as novelas, diziam que eram alienantes, etc., mas não percebiam que elas são um sintoma da sede de cultura inerente a qualquer ser humano. Não que eu seja uma noveleira, muito pelo contrário, não tenho paciência para acompanhar 8, 10 meses da mesma história. Prefiro acompanhar seriados porque a edição é mais ágil e o roteiro mais bem amarrado, não tem aquela enrolação das novelas.
Já cantavam os Titãs nos anos 80: a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. Parece que só agora com toda essa polêmica sobre a pirataria sobre o filme Tropa de Elite, a mídia finalmente descobriu que as classes menos abastadas também são potenciais consumidoras de cultura e entretenimento. Ressalto que ainda não vi o filme Tropa de Elite, embora ele esteja disponível para download, porque quero vê-lo no cinema, acho que este é um filme pra se ver na tela grande, quero apoiar a Cinema Nacional, os bons filmes nacionais. Mas isso porque eu posso pagar o preço do ingresso e tudo que está imbutido no lazer de fim de semana, em um mero cineminha pra um casal, pagando meia, se gasta por baixo uns R$ 40, contando transporte, combustível, estacionamento, alimentação, não é barato.
Acho que todo esse debate que se inicia com o “vazamento” desse filme é muito pertinente, precisamos definir qual a política de combate à pirataria e ao contrabando queremos ter nesse país. Diz o art. 184 do Código Penal:
“§ 1º - Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente: (Alterado pela Lei 10.695-2003). Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa”. Ou seja, o uso privado, doméstico de cópia integral de produção intelectual ou audiovisual não é crime. Pirataria é quando tem intuito de lucro. Isso não é divulgado, porque não interessa à mídia divulgar isso.E a lei nem podia ser diferente em um país em que o Presidente da República e o Ministro da Cultura assumem ver filmes baixados via torrent, emule, etc.
Vemos uma inversão, a indústria de entretenimento ao invés de tentar “arrebanhar” os consumidores com preços mais acessíveis ou novas formas de remuneração de suas produções, criminaliza-os. Diz-se muito hoje que estamos na era da informação e que informação é poder. Acontece que a “massa de manobra”começou a perceber isso também . A inclusão digital taí provar isso, o ser humano quer cultura, quer informação, quer diversão, entretenimento. O mundo mudou, as relações de consumo também tem que mudar.

Para saber mais acesse: http://conjur.estadao.com.br/static/text/58709,1

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Pensar causa insônia?

Desde os meus 14 anos, por aí, na maioria das vezes, não consigo cair no sono imediatamente, são raros os dias em que capoto, geralmente demoro pelo menos umas duas hora antes de cair no sono, pensando. Pensando em tudo: revivendo situações passadas, anotando mentalmente o que vou fazer no dia seguinte, pensando no futuro, preocupando-me prematuramente. Sim senhor, pelo menos no meu caso, pensar não só é transgredir, como diria Lia Luft, mas sobretudo pensar causa insônia.